Phnom Penh - Camboja (Cambodia)

No dia 17/09 de manhã deixamos Siem Reap e pegamos um ônibus de volta para Phnom Penh. Já havíamos estado antes lá, por duas noites, logo que chegamos no Camboja, onde conhecemos um pouco desta cidade. E agora teríamos a oportunidade de conhecer um pouco mais.

Phnom Penh, a capital do Camboja, possui aproximadamente 1,5 milhão de habitantes e está às margens do Rio Tonlé Sap, junto à confluência com o Rio Mekong. Pode-se dizer que é uma cidade razoavelmente agradável (considerando o caos que costuma predominar nas outras capitais e grandes cidades do sudeste asiático). É uma cidade de ruas largas, o que melhora o fluxo do trânsito. E possui grandes praças, onde a população faz ginástica e pratica Tai Chi Chuan.

Chegou a ser uma cidade glamurosa na década de 60. Depois foi evacuada, sob o regime do Khmer Rouge, para mais tarde se reerguer das cinzas deixadas pela guerra civil. E atualmente é visível que a cidade está em rápido crescimento e desenvolvimento. Alguns arranha-céus estão sendo construídos e os sinais da modernidade já podem ser observados.

O turismo tem sido uma grande fonte de renda para o país. E percebe-se que os cambojanos têm sabido aproveitar este recurso da melhor maneira possível (ao contrário de outros países “mais desenvolvidos” da Asia ou de mais tradição com o turismo, que cobram mais e oferecem menos). As pessoas que visitam as cidades mais turísticas do Camboja, podem contar com boas instalações e toda a infraestrutura e conforto necessário. O interesse no turismo também tem estimulado os jovens a aprenderem outros idiomas e se especializarem em profissões ligadas ao turismo.

O Camboja é um dos países mais pobres do Sudeste Asiático e ficou marcado por sua triste história recente, saguinária, pintada de vermelho. Em 1975 o poder foi tomado pelo Khmer Rouge (em francês, “Khmer Vermelho”), liderado por Pol Pot, de ideologia maoísta. Ele implantou um regime de coletividade agrária, forçou a população a se mudar para o campo, obrigando as pessoas a trabalhar como escravos, aboliu o dinheiro, acabou com qualquer forma de expressão cultural (como arte, música e literatura), proibiu as religiões e declarou o “Ano Zero”. Quem demonstrasse alguma oposição ao regime, quem falasse algum idioma estrangeiro, quem tivesse estudos ou até mesmo quem simplesmente usasse óculos, era torturado e morto. E muitos ainda morreram de desnutrição, doenças e maus tratos. O resultado final desse massacre foi aproximadamente 2 milhões de mortes, em cerca de 4 anos. Na época o Camboja tinha uma população de aproximadamente 8 milhões de pessoas, ou seja, um quarto da população foi exterminada.


Wat Ounalom é o centro de educação budista do Camboja.


Palácio Real


Monastério budista


Museu Nacional


Wat Phnom é um templo situado no topo de um pequeno morro no meio da cidade. De acordo com a lenda, em 1373, foi construída a primeira pagoda neste local, abrigando quatro estátuas de Buda que foram trazidas pelas águas do Rio Mekong. Elas foram encontradas por uma mulher chamada Penh, dando origem ao nome da cidade, Phnom Penh, que significa “Morro da Penh”.


Psar Thmei (Mercado Central): Edificação de estilo Art Déco, foi construído na época do protetorado francês.


Monge budista


Menino empinando pipa, no templo Wat Ounalom.


Pequena vendedora de balões.


No dia 18/09 pegamos um “tuk-tuk” e fomos conhecer o “Killing Field of Choeung Ek” que está à 14km do centro de Phnom Penh. Neste dia tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais desta lamentável história, que nos fez pensar até que ponto a loucura e estupidez humana podem chegar:

O campo de morte de Choeung Ek era um dos locais de execução do Khmer Rouge. No local foram encontradas 129 grandes covas, onde os corpos eram enterrados em massa. Calcula-se que 17 mil homens, mulheres e crianças foram mortos neste local, entre os anos de 1975 e 1978. Esta foto mostra uma grande stupa que foi construída como memorial para as vítimas.


Dentro da stupa estão cerca de 9 mil crânios encontrados durante as escavações realizadas no campo de morte de Choeung Ek em 1980. Grande parte destes crânios trazem marcas que mostram que as pessoas eram mortas com golpes na cabeça, com o propósito de economizar balas. Para matar as crianças, eles seguravam elas pelos pés e golpeavam sua cabeça contra uma árvore. Em seguida atiravam os corpos em uma grande cova que está logo ao lado.

Após a queda do Khmer Rouge, o seu grande líder Pol Pot, viveu exilado em outros países (principalmente na Tailândia), de onde ainda comandava operações de guerrilha no Camboja. Ele foi morrer somente em 1998 e a justiça infelizmente foi lenta demais. Pol Pot, não foi devidamente julgado. E até hoje, os grandes comandantes do Khmer Rouge que estão vivos, ainda estão em processo de julgamento.


“Tuk-tuk”, o meio de transporte coletivo mais popular em Phnom Penh.


O “cyclo” ainda é bastante utilizado.


Bicicleta, pijama e celular: Uma combinação perfeita... Parece piada, não? Mas essa é a moda no Camboja: Usar pijama estampado na rua.


Nem os monges estão livres dos transportes superlotados.




O “cyclo”, além de transportar pessoas, também serve para transportar carga. E a motinho que aparece ao fundo está cheia, não? Na verdade nem tanto, pois é comum ver motos levando 4, 5 ou até 6 pessoas.


Moto também serve para carregar carga. É comum ver motos carregando dezenas de galinhas, porcos, etc. E o celular está sempre tocando.


Phnom Penh


Visitar o Camboja certamente não está na lista de prioridades de muita gente. Mas, para nós, foi uma agradável e forte experiência. E certamente estará para sempre em nossas memórias e nos nossos corações.

No dia 20/09 de manhã deixamos Phnom Penh e fomos de ônibus para Ho Chi Minh (Saigon), no Vietnã.


DICAS:
- A área próxima ao Psar O Russei (Mercado O Russei) possui algumas boas opções de hotéis baratos. Nos hospedamos no Tat Guesthouse (quartos para duas pessoas com banheiro dentro, por 7 dólares) e no Sunday Guesthouse (quartos para duas pessoas, com banheiro e internet wifi, por 8 dólares).
- Para conhecer os Killing Fields of Choeung Ek pode-se contratar um “tuk-tuk”, que custará em torno de 8 dólares ida e volta (o motorista esperará por umas 2 horas, enquanto você visita o local). Além disso, é cobrada uma taxa de entrada de 2 dólares por pessoa.
- O restante dos pontos turíscos da cidade estão espalhados pela área do Centro e podem ser feitos tranquilamente a pé.

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